terça-feira, 18 de março de 2008

TEKKONKINKREET


Uma das maiores surpresas que tive nos últimos tempos foi entrar numa loja de DVDs e encontrar lá o DVD de Tekkonkinkreet. Já sabia que o longa baseado no mangá de Preto e Branco, de Taiyo Matsumoto estava sendo elogiado pela crítica internacional. O que não sabia era que seria lançado no Brasil, e tão rápido.

O mangá de Preto e Branco, ou Tekonkinkurito foi lançado no Japão em 1994 em três livros de bolso pela Editora Shogakukan e no Brasil em 2001 pela Conrad e conta a historia de dois irmãos órfãos que dominam a Cidade do Tesouro, caótica e violenta e berço de tribos que não se entendem.

Preto (Kurô) é o mais velho. É cruel e troglodita e pratica a violência gratuita, sendo que o único que faz ele manifestar seu lado humano é o irmão Branco (Shirô), que por sua vez é inocente, vivendo o caos sem entender a maldade e sendo cúmplice dela. Os meninos arranjam confusão com todos: desde a polícia até a Yakuza e esta resolve acionar a organização Kiddy Kastle, que chega com ideais de higienização, pondo a cidade abaixo para a construção de um mega parque de diversões.


O anime é dirigido por Michael Arias, (californiano desenvolvedor do software de animação 3D que simula aspectos de animação convencional que foi utilizado em vários animes, como Mononoke Himê e Animatrix) que, insatisfeito com sua situação desfavorável no mercado americano, resolveu transferir a sua produtora para Tokyo, o que se mostrou uma decisão certeira. O mangá é excelente, mas o filme ganhou toques de sensibilidades e valores que não existem na história original e que somente um ocidental seria capaz de transmitir. A trilha sonora então nem se fala: toda composta pela banda inglesa PLAID, lembra um pouco Apparat e nos toca lá no fundo e nos faz querer voltar a ser criança.


Tekkonkinkreet ficou entre os dez pré-selecionados a candidatos ao Oscar de melhor animação de 2008, junto com outros títulos como Alvim e os Chipmunks, Rattatouille, Persépolis e Simpsons. Desde Akira e X-1999 não via um trabalho que me fizesse refletir tanto sobre a decadência de viver numa grande cidade e até onde isso vale a pena. Um dos melhores desenhos animados que já tive a oportunidade de conhecer.


Capa do DVD, lançado em 2007 no Brasil.
















Site japonês:
www.tekkon.net


Site Internacional:

www.sonypictunes.com/homevideo/tekkonkinkreet

Tentei enrolar, e olha que foi difícil.

Faz algum tempo que eu queria tocar pra gente esse blog. Pensei que não valeria a pena – que ninguém ia se interessar, que sou uma pessoa pouco interessante, que não faria a menor diferença na vida dos outros este espaço existir – Talvez seja esse o problema.

Resolvi escrever pra mim. Não tenho mais tanto interesse de ser famoso como quando era adolescente (queria ser um pop star, boy band), mas quero me aperfeiçoar, descobrir coisas que eu nunca tivera percebido ao meu respeito. Quando escrevo, preciso ter a mesma vontade de viver quando respiro. As melhores idéias sempre vem quando você está caminhando nas ruas, ou subindo as escadas ou até no banho - um dos momentos mais peculiares: você relaxa embaixo da ducha, depois reforça as reflexões e corrige as pontas soltas em frente ao espelho, incluindo outros pensamentos (como por exemplo perceber que está envelhecendo e não se deixar desesperar, ver uma certa graça nisso – lugar e situação peculiar).


Não vai ser em vão, os únicos riscos que vou ter será fazer amigos, receber elogios e vaias e algum comentário de amigos que decidiram, descompromissadamente ler minhas palavras.